Ações intencionais são necessárias para acelerar o progresso
Nos últimos 19 anos, a Grant Thornton tem acompanhado, por meio da nossa pesquisa Women in Business - International Business Report (IBR), a diversidade de gênero e o progresso na proporção de mulheres ocupando cargos de liderança em empresas do mid-market de todo o mundo, expondo barreiras e identificando facilitadores de mudança.
Embora seja identificado avanço no número total de mulheres na liderança, a pesquisa deste ano mostra que esse movimento é relativamente lento. Em nível global, 32,4% dos cargos de alta gerência nas empresas do mid-market são ocupados por mulheres, um aumento de apenas 0,5 ponto percentual (pp) em relação à 2022 e apenas 13pp desde que nossa pesquisa foi realizada pela primeira vez em 2004. Nesse ritmo, apenas 34% dos cargos de liderança serão ocupados por mulheres em 2025.
De acordo com o relatório Global Gender Gap do Fórum Econômico Mundial (WEF), levará mais 132 anos para eliminar esse gap global de gênero. Nossa pesquisa sugere que as empresas de médio porte devem buscar a igualdade de forma rápida – e ações intencionais são necessárias para acelerar esse progresso.[i]
Nesta edição, identificamos uma série de fatores que podem apoiar esse movimento. Em primeiro lugar, as mulheres têm ocupado cada vez mais os cargos de liderança – 28% das empresas de médio porte agora têm uma diretora executiva (CEO), acima dos 15% em 2019. Essa tendência provavelmente levará a novas estratégias, focadas em aumentar a diversidade em nível de gestão sênior e levar mais empresas à paridade de gênero.
Em segundo lugar, as pressões externas exercidas em torno dos aspectos Ambientais, Sociais e de Governança (ESG, da sigla em inglês) exigem a criação de novas estratégias, incluindo ações direcionadas para impulsionar mais mulheres na liderança sênior. O estabelecimento de normas e regulamentações globais nesses aspectos está pressionando as empresas para formarem equipes diversas de liderança.[ii]
Talvez o impulso mais significativo para alcançar a paridade de gênero venha de um compromisso contínuo das empresas em fornecer maior flexibilidade de trabalho – a pesquisa deste ano explorou essa relação. Os dados mostram que as empresas que oferecem trabalho híbrido, flexível ou home office têm melhor desempenho quando se trata de mulheres na alta administração.
Quanto mais flexível o local de trabalho, mais vemos mulheres assumindo cargos de liderança. Embora vozes influentes no evento do WEF este ano em Davos tenham reforçado a necessidade de retornar ao escritório, [iii] é preciso cautela. As empresas baseadas em escritórios têm a menor porcentagem de mulheres na liderança.
O trabalho flexível também apresenta desafios. As organizações devem garantir uma cultura que apoie e facilite o trabalho híbrido ou remoto. O risco é que as empresas retornem aos hábitos pré-pandêmicos – mas um compromisso intencional com o trabalho flexível pode ajudar a evitar isso.
As empresas que compõe o mid-market estão bem-posicionadas para buscar a igualdade. Muitas adotaram o trabalho flexível, híbrido ou home office e incorporaram programas de liderança, muitas vezes fornecendo orientação e treinamento como parte do planejamento de sucessão de liderança.
Para acelerar o progresso, precisamos de mais programas nesse sentido, com maior transparência nos caminhos da liderança e uma cultura empresarial que continue apoiando totalmente a diversidade na liderança sênior.
Na Grant Thornton, acreditamos firmemente que aumentar a diversidade, em nível sênior e além, é crucial para atingirmos a igualdade, além de ser um impulsionador comprovado de desempenho nos negócios.
Para dar o próximo passo, devemos aprender com nossas experiências, evitar as armadilhas que podem atrapalhar o progresso e garantir que haja um compromisso de longo prazo com as novas formas de trabalhar. Nosso relatório Women in Business 2023 fornece informações importantes sobre por que e como as empresas do mid-market podem fazer isso.
As empresas devem ser intencionais e decisivas com suas ações para acelerar o progresso e impulsionar a igualdade.
Para caminharmos nesse sentido, temos cinco recomendações:
Há 20 anos, a Grant Thornton acompanha a diversidade de gênero em cargos de liderança no mid-market global, identificando desafios e ações práticas.
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i. www.weforum.org - It will take another 132 years to close the global gender gap, 2022
ii. msci.com - ESG and climate risks and opportunities
iii. www.thetimes.co.uk - Working from home is under threat — from employers
