O otimismo de líderes brasileiros de empresas de médio porte com a economia para os próximos 12 meses recuou de 72% no final do primeiro semestre do ano passado para 60% no final de dezembro.

Segundo o estudo Internacional Business Report (IBR), produzido pela Grant Thornton com base nas respostas fornecidas por cerca de 5 mil empresários de 28 países.

As maiores expectativas foram registradas na Indonésia (84%), no México (81%) e na Índia (80%), seguidas pela China e pelos Emirados Árabes, ambos com 77% e pelos Estados Unidos (72%). Ainda assim a percepção dos executivos brasileiros ainda é superior a países como a Alemanha (56%), a França (49%), a Itália (43%), a Grécia (52%), a Turquia (49%), a África do Sul (53%), entre outros.

Parte da queda do otimismo dos brasileiros pode ser explicada pela preocupação com a incerteza econômica como fator limitante ao crescimento dos negócios, indicador que teve 60% (alta de dois pontos percentuais, comparado ao semestre anterior).

Líderes analisando resultados

O índice superou levemente o registrado por seus pares na América Latina (52%) e no levantamento global (57%).

Embora essa perspectiva possa ter afetado a percepção do grupo de brasileiros em relação ao aumento das receitas ao longo dos próximos 12 meses, cuja expectativa recuou para 75% (cinco pontos percentuais para baixo), o indicador, aqui, ficou bem à frente do global (59%) e, novamente, superou economias como o Canadá (50%), a China (62%) ou os Estados Unidos (55%). Já na América Latina o índice para receitas maiores ficou em 67% (queda de um ponto percentual).

Os empresários brasileiros também apostam no aumento das receitas geradas das vendas ao exterior. Para 55% deles (índice se manteve) o volume exportado será maior, assim como para 50% os preços de venda subirão, interna e externamente, ao contrário da média na América Latina, que ficou em 44% (queda de um ponto).

Entre os brasileiros ouvidos, 74% (menos 4 pontos percentuais) esperam um aumento da lucratividade, índice bem superior ao da América Latina, de 61% (queda de dois pontos percentuais) e do global, de 60% (alta de um ponto percentual).

Para 60% dos líderes brasileiros, regulação e a burocracia podem atrapalhar os negócios, assim como os problemas da infraestrutura de transporte, forte candidata a receber investimentos em 2024. O indicador tende a impactar os custos das empresas na opinião de 39% dos entrevistados, ante 31% da América Latina e 41% no levantamento global.

Para o CEO da Grant Thornton Brasil, Daniel Maranhão, “os dados da nossa pesquisa mostram que, mesmo em meio a um cenário desafiador e repleto de incertezas e preocupações, os empresários seguem acreditando em bons faturamentos e dando sinais de expansão”.

Daniel Maranhão - CEO Grant Thornton Brasil

“Mudanças regulatórias como a Reforma Tributária, bem como as situações de conflitos geopolíticas, eleições presidenciais americana, entre outros, podem afetar todo o planeta e, por consequência, geram incertezas quanto ao investimento estrangeiro e a cadeia de abastecimento”, têm seu impacto no abalo do otimismo do empresariado local, afirma Maranhão. “Mas é importante notar que, apesar dos pontos de atenção, o empresariado brasileiro segue otimista quanto à lucratividade e à capacidade de geração de receitas, com resultados bem superiores aos países da América Latina, a diversos países desenvolvidos e à média global como um todo.”