A explosão de ferramentas de inteligência artificial (IA), como ChatGPT e Google Gemini (anteriormente Bard), criou uma mudança de mindset em todas as áreas. A área de Auditoria Interna tem vantagens consideráveis em apostar nesta tecnologia, tanto na utilização de IA como na auditoria da sua utilização nas organizações.

Recentemente, a adoção em massa de ferramentas de IA ganhou impulso, e aprender a utilizar esta tecnologia de forma eficiente, eficaz, segura e – o mais importante – de forma responsável, passa a ser uma preocupação da alta administração que poderá ser beneficiada pela atuação da sua área de Auditoria Interna.

Adicionalmente, a Inteligência Artificial fornecerá aos auditores internos uma ferramenta poderosa capaz não só de apoiar o seu papel, mas também de melhorar a forma como trabalham e, em última análise, ajudar as organizações a fortalecer seu ambiente de controle.

As ferramentas de IA têm se destacado pela capacidade de compreender, interpretar e gerar conteúdos, permitindo não apenas analisar grandes quantidades de informações variadas, mas também interpretar instruções escritas ou faladas. Esta sofisticação, combinada com a sua ampla acessibilidade, cria muitas oportunidades para a utilização indevida dos seus benefícios, e também traz consigo riscos adicionais que devem ser avaliados e monitorados.

Do analytics para a Inteligência Artificial

O uso de dados revolucionou a auditoria interna. O que costumava exigir testes onerosos para uma amostra ou base limitada, agora pode abranger uma população inteira de informações por meio de Data Analytics.

Socio de AI Fernando avila “A IA acrescenta dimensões adicionais através da sua capacidade de contextualizar e analisar rapidamente informações quantitativas e qualitativas. Isso lhe dá uma vantagem em diversos conjuntos de dados, como planilhas ou pesquisas. Grandes modelos de linguagem resumem com eficiência informações complexas, respondem a consultas e identificam insights – às vezes além da capacidade humana – em uma fração de segundo”, afirma Fernando Ávila, sócio de Data Analytics & AI da Grant Thornton Brasil.

Aprimorando o ambiente de controle

É comum que as organizações confiem aos auditores internos o papel de avaliar e recomendar melhores práticas de gestão do ambiente de controle.

 À medida que a tecnologia continua a evoluir, os profissionais devem estar na vanguarda do que está disponível, e isto inclui a incorporação de soluções de IA que podem contribuir neste processo de gestão. A Inteligência Artificial já é utilizada para monitorizar e detectar continuamente ameaças internas e externas, como fraudes e ataques cibernéticos, onde podem estar presentes padrões e anomalias.

Algumas organizações estão promovendo a conformidade por meio do desenvolvimento de chatbots que permitem aos funcionários consultar as principais políticas da empresa e obter respostas rapidamente. Outros processos de conformidade onerosos e demorados também estão sendo simplificados através da automação de atividades e análises.

Adriana socio “Com a rápida mudança, os auditores internos precisarão compreender rapidamente a IA para garantir que são capazes de avaliar os benefícios e riscos associados às suas funcionalidades e o impacto nos negócios”, aponta Adriana Moura, sócia de Governança, Riscos e Compliance da Grant Thornton Brasil.

Planejamento e insights

O desenvolvimento de planos e escopos relevantes de auditoria é um elemento crítico da função de um auditor interno e a Inteligência Artificial é uma ferramenta fundamental que pode ser usada para sustentar esse processo. Por meio do aprendizado rápido, a IA pode recorrer a uma imensa base de informações externas que permitem que os auditores internos estejam a par dos riscos e dos problemas emergentes.

“As ferramentas de IA podem ser usadas para analisar informações internas da empresa, como finanças, para fornecer insights sobre a saúde geral da organização, bem como identificar áreas para análises mais direcionadas e confiáveis”, complementa Ávila.

Um lembrete importante

  • Um lembrete importante

    A facilidade de uso e acessibilidade da IA, juntamente com sua capacidade de fornecer resultados aparentemente de alta qualidade, podem torná-la tentadora. No entanto, é importante ter em mente as limitações da IA, em particular a sua capacidade de produzir informações incorretas.

“Um princípio fundamental para a atuação de um auditor interno é a necessidade de exercer o ceticismo – e este mesmo princípio aplica-se à utilização da Inteligência Artificial, que deve ser rigorosamente verificada quanto à sua precisão”, conclui Adriana Moura.

Grandes modelos de linguagem são constantemente ensinados apenas a partir das informações que recebem. Portanto, os usuários devem estar cientes de que perderão o controle dos dados quando eles forem colocados em uma IA. Também houve relatos de IAs sendo questionadas para divulgar informações confidenciais sobre uma pessoa ou empresa.

Embora haja a necessidade de cautela, devemos também pensar nos resultados positivos ao explorar o que está disponível. Isto significa ter a coragem de adotar esta tecnologia e implementar os controles corretos para prevenir seus impactos negativos.

As ferramentas de IA e de aprendizado de máquina estão em constante evolução – portanto, é fundamental que os profissionais estejam atualizados acerca dessas mudanças e de como elas podem impactar a indústria e o ambiente de negócios em geral.

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