O International Business Report (IBR) da Grant Thornton revela o nível de otimismo com relação à economia e aos negócios nos próximos 12 meses. A pesquisa semestral foi realizada em 28 países com cerca de 4,6 mil lideranças empresariais do middle-market.

Nesta primeira edição do International Business Report de 2022, 57% das lideranças empresariais brasileiras revelaram otimismo em relação ao futuro dos negócios. Esse índice fez o Brasil cair quatro posições no ranking global, passando de 13º para 17º lugar em comparação com o semestre imediatamente anterior, quando o otimismo era de 62%.

O aumento das expectativas positivas dos empresários foi observado em menos da metade dos países pesquisados, cuja liderança ficou com o Vietnã (88%), seguido pela Austrália (83%) e pelos Estados Unidos (81%).

Na América Latina o índice de otimismo sobre os próximos 12 meses foi de 55%, enquanto o índice global ficou em 64%.

IBR: Confira a metodologia aplicada

Principais indicadores do otimismo

Volume de negócios e crescimento da receita

Apesar da queda no ranking, a confiança no crescimento da receita e aumento no volume de negócios entre os brasileiros deu um salto de 6 p.p., passando para 82%, índice que coloca o país em terceiro lugar neste item, atrás da Indonésia (87%) e do Vietnã (85%). A América Latina aparece com 72% e o índice global ficou em 58%.

O item lucratividade seguiu na mesma linha positiva, com 82% dos empresários brasileiros confiantes no seu aumento. No topo aparece o Vietnã (87%), seguido pelo Brasil (82%) e Nigéria (81%). A América Latina, com 65%, ficou em posição bem acima do índice global de 54%.

Empregabilidade e capacitação

Com relação ao número de empregos, os brasileiros são os que têm maior expectativa de crescimento para os próximos 12 meses. Com índice de 76%, 3 p.p. acima do resultado anterior, o Brasil assume a liderança neste item, seguido pelo Vietnã (71%) e Índia (70%). Vale ressaltar que no primeiro semestre de 2020, com a chegada da pandemia da covid, o país apresentou uma das mais baixas expectativas, de apenas 46%.

Os investimentos nas habilidades das equipes seguem em alta no país, confirmados por 78% dos empresários, contra 75% na pesquisa passada. Com isso, Brasil e Nigéria, com o mesmo índice, ficaram atrás somente da Indonésia, com 79%, e seguido pela Índia, com 76%. O índice da América Latina foi de 62% e a média global de 55%.

Investimentos em P&D

Os entrevistados também destacaram os investimentos em pesquisa e desenvolvimento para os próximos 12 meses. O Brasil atingiu o índice de 76% dos que pretendem investir mais, contra 74% no segundo semestre de 2021. No ranking global, o país manteve o segundo lugar – empatado com a Índia –, atrás da Nigéria, com 79%, e à frente do Vietnã, com 74%.

A média global ficou em 55% e a América Latina com 60%.

Tecnologia da Informação

O setor de Tecnologia da Informação também vem ganhando destaque a cada edição da pesquisa. Dos empresários brasileiros consultados, 81% afirmaram que investirão mais nos próximos 12 meses. Na média anual das pesquisas anteriores, o índice ficou em 70%, em 2020, e 76%, em 2021, contra 64% do período pré-pandemia, em 2019.

Aspectos limitantes ao crescimento dos negócios

Para as lideranças empresariais brasileiras, os principais entraves são as incertezas econômicas (58%), a falta de profissionais qualificados (51%), falta de financiamento (41%), além da infraestrutura de transporte (40%).

A questão sobre salários continua mostrando uma grande distância entre expectativa de aumento e aumento real, principalmente no Brasil. As respostas para as expectativas de crescimento dos salários apresentaram índices muito altos: 97% na Índia, 93% na África do Sul, 91% nos Estados Unidos e 75% no Brasil. Mas, para a expectativa de aumento real de salários, os índices despencaram. Somente 9% dos entrevistados brasileiros acreditam nessa possibilidade, contra 15% na pesquisa anterior. Os empresários mais otimistas são os da Índia (51%), Turquia (42%) e os das Filipinas (36%).

Daniel Maranhão.pngNa avaliação de Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil, a retração nos resultados após uma sequência de crescimento depois da fase mais crítica da pandemia pode estar relacionada a fatores externos. “Muito provavelmente foi uma reação ao temor dos impactos econômicos que poderiam ser provocados pela invasão da Ucrânia pela Rússia, que ainda não eram claros na fase de coleta de dados da pesquisa. Acrescenta-se a isso, a alta da inflação e da taxa de juros, além do risco de recessão em diversos países, que podem interferir nos planos estratégicos das empresas”.

Para o executivo, no Brasil, apesar da queda do otimismo com a economia nos próximos 12 meses, os entrevistados se mostraram confiantes em questões importantes, como aumento do volume de negócios e crescimento da receita, o que mostra maior autonomia das empresas com relação aos rumos econômicos do país, sobretudo em ano eleitoral.

“Apesar da alta da inflação e da redução de financiamento de fontes governamentais, com taxas de juros mais competitivas, os empresários brasileiros seguem confiantes na continuidade do crescimento de seus negócios, sinalizando que as reestruturações impostas pela pandemia, com busca de maior produtividade e conquista de novos mercados, foram bem fundamentadas e devem dar bons resultados”.

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O International Business Report (IBR) é publicado semestralmente pela Grant Thorntone e traz informações relevantes para a competitividade de empresas do middle-market. Também publicaremos informações adicionais de nossa pesquisa ao longo do ano.

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