Os tributos sempre foram um motor essencial da mudança empresarial, sendo o recente aumento dos créditos ambientais e dos incentivos fiscais um forte exemplo disso.

Mais recentemente, tem havido também uma maior pressão dos investidores e das partes interessadas sobre as empresas para que se envolvam em práticas éticas e sustentáveis. Do ponto de vista da governança, isto significa fundamentalmente que as instituições certificadas em ESG precisam de ser cada vez mais responsáveis.

Espera-se agora que as empresas estabeleçam políticas fiscais claras que se alinhem com os seus compromissos ESG e, mais importante, que os cumpram.

O cumprimento da legislação e a apresentação de declarações fiscais são um componente crítico da governança que empresas de todas as dimensões já praticam.

Uma política fiscal transparente pode ser uma ferramenta forte para as empresas demonstrarem as suas contribuições ESG mais amplas e construírem confiança entre o público e os seus acionistas. Por outro lado, ter um relacionamento falho com as autoridades fiscais – especialmente um que resulte em publicidade negativa – pode prejudicar significativamente os objetivos ESG específicos de uma organização.

Ao estar ciente do número crescente de regras de governança, você pode colocar sua empresa em uma ótima posição para demonstrar uma estratégia ESG mais abrangente e efetiva.

Regras globais de governança

Muitas nações têm os seus próprios métodos de avaliação fiscal para fazer o monitoramento sobre o nível de governança, processos e controles fiscais de boa qualidade.

Muitas nações têm os seus próprios métodos de avaliação fiscal para fazer o monitoramento sobre o nível de governança, processos e controles fiscais de boa qualidade. Alcançar resultados insatisfatórios se reflete negativamente em todo o scorecard ESG de uma organização e também pode levar a um escrutínio muito maior por parte da administração tributária, com todos os custos associados que advêm disso, já que os detalhes têm maior probabilidade de serem incorretos caso não haja processos e controles de boa qualidade.

Sam Dean, head de gestão e governança de riscos fiscais da Grant Thornton Reino Unido “Estamos vendo as lideranças administrativas seguirem o caminho da denúncia para uma variedade de questões de conformidade, então, quanto tempo levará até que a má governança fiscal seja uma dessas questões?” explica Sam Dean, head de gestão e governança de riscos fiscais da Grant Thornton Reino Unido. “Isso teria um enorme impacto na reputação, não apenas para os acionistas, mas também para os clientes, que estão se tornando cada vez mais exigentes sobre o que compram e de quem compram.”

Como as regras de governança afetam os negócios

A governança fiscal é uma consideração importante para todas as empresas, independentemente da sua dimensão, especialmente tendo em conta os benefícios diários que a acompanham. Não é simplesmente uma questão que apenas as grandes empresas precisam considerar.

Há também um foco crescente na responsabilidade corporativa através de iniciativas como o Corporate Criminal Offense, no Reino Unido, que se aplica a empresas de todos os tamanhos.

Esta é uma legislação penal que foi especificamente concebida para atribuir às empresas a responsabilidade de fazerem mais para evitar a facilitação de evasão fiscal com sanções financeiras ilimitadas impostas pelos tribunais para aqueles que violam o regime.

Penalidades como esta, quando associadas ao potencial dano à reputação de estar envolvido numa investigação deste tipo, mostram a importância de uma governança fiscal forte.

O impacto de uma má governança fiscal

A má organização neste tema pode resultar num maior escrutínio por parte das autoridades fiscais. Isso pode incluir:

  • Uma revisão detalhada das atividades empresariais.
  • Intenso escrutínio dos sistemas, processos e controles fiscais.
  • O esgotamento do tempo, dos custos e dos recursos de uma organização.
  • Se o montante correto de tributos não for pago, uma empresa poderá receber penalizações e sanções.
  • Poderá haver um impacto significativo na reputação, levando a repercussões nos negócios e na devida diligência.

Envolvendo-se com a governança para promover sua agenda ESG

Independentemente do país em que opera ou da dimensão da sua empresa, existem alguns princípios básicos que podem colocar a sua empresa numa boa posição do ponto de vista da governança fiscal, e existem benefícios comerciais tangíveis decorrentes deste processo positivo.

Um bom ponto de partida é ter uma política ou estratégia fiscal coerente que defina a abordagem da empresa em relação à tributação, processos fiscais documentados e um processo estruturado para a identificação e gestão de questões fiscais com uma rota de escalada clara para o Conselho, conforme necessário. Além disso, é de fundamental importância que a estrutura de controle para ajudar a mitigar esses riscos seja testada, a fim de garantir que está funcionando conforme previsto. A transparência em tudo isso é crucial.

Você pode começar iniciando uma conversa dentro de sua organização:

  • Você já está fazendo bem algumas dessas coisas?
  • E, mais importante, o que mais você poderia estar fazendo?

ESG e tributos estão tão estreitamente alinhados agora e compreender como os tributos podem ajudá-lo a atingir os seus objetivos ESG irá, sem dúvida, beneficiar a sua organização.

Como a Grant Thornton Brasil pode ajudar?

A gestão tributária pode ir muito além de uma questão de conformidade - ela suporta os negócios no desenvolvimento de sua agenda ESG de forma conectada com a geração de valor.