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Pesquisa

Cultura organizacional no novo normal

Adaptabilidade, conectividade digital, bem-estar dos colaboradores e aprendizagem contínua. Essas são algumas das novas prioridades para as empresas durante a atual crise provocada pela Covid-19. A pesquisa Cultura Organizacional no Novo Normal, realizada pela Grant Thornton Brasil e pela Culture for Performance, mapeou os efeitos da pandemia na cultura das organizações e revelou insights interessantes para auxiliar as empresas nesse novo ambiente de negócios, a partir das novas expectativas pessoais e profissionais de seus colaboradores.

A pesquisa foi realizada com 2.100 empresas de diversos setores, portes e origem de capital, em todas as regiões do Brasil, entre 19 de junho e 29 de julho de 2020.  O objetivo era compreender como a pandemia impactou as organizações e sua cultura, quais as novas prioridades das empresas e funcionários e o que será necessário para essas empresas se adaptarem ao “novo normal”.

Metodologia

O levantamento de dados foi realizado mediante a aplicação de questionário, baseado na metodologia criada por Richard Barrett para assessment de cultura organizacional. Essa metodologia é utilizada em 100 países e tanto Grant Thornton como Culture for Performance possuem profissionais certificados nela. No questionário, os respondentes apontaram quais eram os 10 principais valores no período pré-Covid-19, durante a pandemia e, o que eles esperam que seja relevante para o período pós-Covid-19. 

Quais valores eram mais relevantes para as empresas antes da pandemia?

Diante dos resultados obtidos na pesquisa foi possível identificar que antes da pandemia as empresas valorizavam atingir objetivos (31%), comprometimento (22%), crescimento (22%), adaptabilidade (21%), ética (21%), aprendizagem contínua (19%), assumir riscos (19%), agilidade (19%), alianças estratégicas (17%) e redução de custos (17%).

 

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Ainda constavam na lista dos 10 mais prioritários: ética, aprendizagem contínua, assumir riscos, agilidade, alianças estratégicas e, por último, redução de custos.

E durante a Covid-19?

Com o Brasil inserido no cenário da pandemia, as prioridades das empresas passaram a ser diferentes. O valor da ‘adaptabilidade’ triplicou de importância (63%) e novos aspectos mais relevantes passaram a ser reconhecidos, como conectividade digital (29%), atitude positiva (25%), bem-estar (23%), cautela (20%), compartilhar informações (19%) e comunicação aberta (19%).

 

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Ronaldo Loyola (1).pngRonaldo Loyola, sócio de Capital Humano da Grant Thornton, explica essas mudanças de valores durante da crise. “As empresas estão tendo que se adaptar mais rapidamente, acelerando a digitalização do seu negócio. Além disso, aumentou a importância da aprendizagem e há uma grande demanda por bem-estar, por comunicação transparente e com significado. Ampliando a análise, podemos notar que administrar bem sob pressão, colaboração entre grupos, engajamento dos funcionários e trabalho em equipe se tornam mais importantes”.

Os resultados da pesquisa mostram ainda que alguns valores como atingir objetivos, crescimento, ética, assumir riscos, agilidade e alianças estratégicas não estão sendo mais tão prioritários durante a pandemia. Caio Brisolla, sócio da Culture for Performance, afirma que “neste momento delicado, as empresas estão assumindo poucos riscos e as decisões são mais lentas. Os objetivos para o ano tendem a ser revistos e a agenda de crescimento perdeu força. Por outro lado, alguns itens que às vezes geram dispersão de energia dentro das organizações enfraqueceram, tais como: burocracia, controle, hierarquia e feudos”.

Já no Pós Covid ...

A pesquisa da Grant Thornton Brasil e da Culture for Performance também identificou quais são os valores que as empresas julgam mais importantes pós-Covid-19. Adaptabilidade foi o principal destaque de valor, com 52% das empresas sinalizando sua importância, seguido por bem-estar (30%), alianças estratégicas (29%) e agilidade (28%).

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Contudo, alguns valores mudaram na escala de prioridade, em comparação com o cenário durante a pandemia, como foi o caso de bem-estar (30%), conectividade digital (27%), aprendizagem contínua (26%), atitude positiva (25%) e comunicação aberta (22%).

 

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Retomada

Entre os insights mais relevantes do estudo é que boa parte do aprendizado das empresas durante a pandemia contribuirá para a retomada, no cenário pós-Covid-19. A pesquisa aponta que seis dos valores mais vivenciados na crise continuarão muito relevantes no pós-crie, como: adaptabilidade, bem-estar, conectividade digital, aprendizagem contínua, atitude positiva e comunicação aberta.

No entanto, os líderes ficam como uma tarefa. O sócio da Culture for Performance, Caio Brisolla, explica que “os desafios impostos pela pandemia mostraram que as lideranças precisam ser desenvolvidas para se adaptar ao ‘novo normal’ e que não é mais possível contar apenas com suas experiências passadas. Também há uma clara demanda para que as organizações sejam mais humanas e se preocupem genuinamente com o bem-estar das pessoas. Paralelamente, as empresas vão precisar investir mais consistentemente em melhorias e cada vez mais buscar soluções criativas, principalmente para situações inusitadas, diferentes”.

Principais conclusões – recorte demográfico

NÍVEL HIERÁRQUICO
  • Níveis Estratégico e Operacional: forte alinhamento de valores (pessoais e culturais) persiste durante e após a pandemia.
  • Na crise, a comunicação (aberta e compartilhada) é importante para as pessoas que ocupam cargos de nível tático. Já a resiliência está mais para o pessoal estratégico e operacional.
  • No pós-pandemia, ‘desenvolvimento da liderança’ entra no TOP 10 para o nível tático, enquanto ‘inovação’ entra para os níveis estratégico e operacional;
  • O maior nível de entropia cultural durante a pandemia é percebido pelo pessoal tático (18%) e o menor nível é sentido pelo pessoal estratégico (12%);
  • ‘Desenvolvimento da liderança’ e ‘alianças’ são gaps comuns aos três níveis no pós-Covid, enquanto ‘agilidade’ é o maior gap para nível estratégico e ‘bem-estar’ para nível operacional;
  • Dimensões do negócio: para o pessoal de nível estratégico, e ‘finanças’ e ‘eficácia’ aparecem com maior relevância no período pós-pandemia. ‘Pessoas’ e ‘propósito’ aumentam para os níveis tático e operacional.
PORTE DA EMPRESA
  • O alinhamento de valores com a cultura aumenta no período pós-Covid-19 para as empresas de todos portes, principalmente para as médias;
  • Na crise, compartilhar informações é importante para as médias e pequenas empresas. Já a resiliência é muito importante para as grandes empresas;
  • No pós-pandemia, inovação e colaboração entram no TOP 10 para grandes e médias empresas; alianças, bem-estar e inovação entram para as pequenas;
  • O maior nível de entropia cultural durante a Covid-19 é percebido pelo pessoal das pequenas empresas (14%) – redução de custo e cautelas são os principais vilões;
  • Desenvolvimento da liderança é um grande gap comum a todas as organizações no pós-Covid, enquanto a inovação é um dos maiores gaps para as grandes e médias empresas;
  • Dimensões do negócio: diminui o foco em finanças e eficácia e aumentam os focos em pessoas e propósito no pós-crise.
ORIGEM DO CAPITAL
  • O aprendizado com a crise atual contribui para o alinhamento de valores aumentar nas empresas multinacionais (3 para 5 valores).
  • Na crise, compartilhar informações é importante para as nacionais; compliance/conformidade com as regras é importante para as multinacionais.
  • No pós-crise, alianças e inovação entram no TOP 10 independente da origem do capital. Já o desenvolvimento da liderança entra para as multinacionais.
  • O maior nível de entropia cultural durante a Covid-19 é percebido pelo pessoal das empresas nacionais (16%) – redução de custos e cautela.
GERAÇÕES
  • O alinhamento de valores, que era alto antes da crise, aumenta mais para as Gerações Z e Baby Boomer; para a geração Y, o alinhamento é razoável nos períodos pré e pós-pandemia;
  • Na crise, ‘resiliência’ é TOP 10 para as Gerações Z e Baby Boomer; ‘bem-estar’ é para a geração Y e ‘administrar sob pressão’ e ‘compartilhar informações’ para a geração X;
  • No pós-Covid, ‘colaboração’ e ‘inovação’ entram no TOP 10 para as gerações Z, X e Baby Boomer; para a geração Y, entram ‘bem-estar’, ‘inovação’ e ‘comunicação aberta’.
  • O menor nível de entropia cultural durante a pandemia é percebido pelos Baby Boomers (13%); o maior fica com as gerações Y e Z (17%).
  • No pós-Covid, ‘colaboração’ e ‘bem-estar’ são grandes gaps para a geração Z; ‘desenvolvimento de liderança’ e ‘bem-estar’, para a geração Y; ‘alianças’ e ‘agilidade’, para X e Baby Boomer.
  • Dimensões do negócio: no período pós-pandemia, ‘pessoas’ iguala com ‘processos’ para a geração Z. Para os Baby Boomer predomina ‘processos’, enquanto ‘bem-estar’ é o principal foco para a geração Y.

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