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Artigo

Criptomoedas: revolução financeira e oportunidades no varejo

As criptomoedas estão em crescimento exponencial e as empresas – sobretudo as varejistas – enfrentam mudanças significativas em suas operações para se adaptarem ao modelo e ao modo como devem tributar e declarar o dinheiro eletrônico. Mas, na prática, como funcionam essas operações e como o mercado brasileiro está reagindo?

No Brasil, se uma pessoa realiza a compra de uma música por meio de uma plataforma de arquivos digitais com o cartão de crédito, será necessário desembolsar uma quantia a mais por conta desta transação envolver câmbio e sofrer impacto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Este é só um exemplo cotidiano dos custos que incidem sobre operações simples e que tornam nossa relação de consumo muito mais cara.

Para que servem as criptomoedas?

A eliminação destas taxas é uma das principais características do uso da moeda virtual, que surgiu para a solução de um problema específico: ajudar pessoas a fazer pagamentos entre si de maneira descentralizada e por meio da internet. São transações sem intermediários e sem o peso de taxas normalmente destinadas aos bancos, às corretoras ou operadoras de cartões de crédito. Uma mudança brusca na estrutura convencional.

A ideia levou tempo para se tornar viável, mas convenceu, avançou, deu origem a vários tipos de moedas eletrônicas e acabou se transformando num negócio promissor. Atualmente, ela é a possibilidade de concretizar um projeto que já foi pauta até do Fundo Monetário Internacional (FMI): o estabelecimento de uma moeda global, com o mesmo valor e usada em todos os países.  No entanto, a prática nos mostra que, em vez de uma, poderemos ter diversas criptomoedas globais. 

Por que o varejo é a maior tendência?

O novo modelo beneficia a todos. No entanto, comercialmente, o varejo – que atua com volumes mais significativos de transações – é que terá uma vantagem maior neste processo. Peguemos o exemplo de uma operação tradicional com cartão de crédito. Normalmente, uma operadora de cartão cobra até 5% de taxa por transação. Sem esta cobrança, os varejistas ampliam suas margens, o que tende a fazer com que sejam mais competitivos. Dessa forma, quem pode ganhar é o consumidor.

A dificuldade que vemos para o varejo abocanhar esta fatia está na sua estrutura. As empresas ainda não estão preparadas para operacionalizar transações com base em criptomoedas. Inclusive, ao acessar o site das principais empresas varejistas brasileiras, por exemplo, é possível verificar somente preços definidos em reais – que demanda uma rápida mudança.

Neste sentido, é possível destacar alguns caminhos possíveis:

  • Entender os processos internos – a primeira coisa que as empresas de venda direta ao consumidor precisam fazer é entender como estão seus processos internos. É essencial avaliar seus modos de operação e enxergar o que é necessário mudar para conseguir fazer transações utilizando criptomoedas.
  • Tenha um plano – a partir do detalhamento do cenário futuro e do atual surgirá um plano que apontará se é preciso investir em tecnologia, criar uma área de avaliação de crédito de moedas ou ter uma gestão de exposição ao risco, por exemplo.
  • Desenvolva um projeto piloto – esta é a etapa de experimentação que também precisa de planejamento. De antemão, a empresa deve definir com quais moedas digitais quer trabalhar. Num segundo momento, é importante fazer todo o desenho de seu sistema e do parâmetro de conversão entre reais e a moeda digital aceita. Adicionalmente, é necessário definir como fazer o registro contábil e de faturamento considerando outra moeda diferente do real e entender quais classificações adotar para estas transações.

Talvez seja difícil precisar o tamanho das reservas em moedas digitais que circulam hoje no mundo, dada a quantidade de criptomoedas que existem e o processo de criação de novas. O fato é que há um volume de dinheiro muito grande esperando para ser gasto.

Para se ter ideia deste crescimento, quem em março de 2017 investiu R$ 100 em uma modalidade chamada RailBlocks, pouco mais de um ano depois acumula cerca de R$ 500 mil. E outras modalidades foram ainda mais lucrativas. 

Transforme a sua empresa também

Além deste grande atrativo, adotar as moedas digitais na operação de um negócio pode transformar uma empresa, por vezes limitada ao mercado local brasileiro, numa vendedora global. Isso porque ela aceitará uma moeda corrente em outros países e com um custo de conversão reduzido. É muito mais fácil ter uma abrangência que ultrapassa fronteiras ao utilizar o novo dinheiro eletrônico.

Só que é preciso velocidade, pois as empresas que saírem na frente ao lidar com as criptomoedas é que conseguirão se posicionar e operar melhor neste mercado. Para que esse processo seja feito de forma correta, transparente e segura, contar com um time de profissionais especialistas em e consultoria é essencial. 

 

*Autor: Rafael Barros, sócio-diretor de Auditoria da Grant Thornton Brasil. 

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