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A Reforma para além da área tributária

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No mês de abril, a Grant Thornton Brasil realizou a primeira edição da série de eventos “Hot Topics para Lideranças Financeiras”, abordando um dos temas que mais têm gerado dúvidas e discussões entre as lideranças: a Reforma Tributária.
Destaques

O workshop contou com a presença de diversos profissionais da área e foi apresentado pelos sócios David Benevides, Marco Aurélio Neves e Wanessa Pinheiro. Dentre as diversas nuances da reforma que foram abordadas, alguns pontos tiveram destaque, como os impactos em diversas áreas das empresas e a necessidade de adequações imediatas para as mudanças exigidas e esperadas.

Transição muito além dos tributos

De acordo com os especialistas, todo o ecossistema de uma organização precisa estar preparado. “Esse não é um projeto apenas da área tributária; seria injusto atribuir somente a ela. É um planejamento que mexe potencialmente com toda a estrutura do negócio", alegou Marco Aurélio

O líder de Consultoria Tributária David Benevides defendeu que é necessário incutir no pensamento de todos os colaboradores que este é um objetivo comum da empresa inteira. “É uma questão que não será restrita apenas à área fiscal das empresas, será necessário revisar os processos internos da companhia, políticas de compras/suprimentos, contratos, formação de preço e TI”.  

A sócia de Tributos Indiretos, Wanessa Pinheiro, destacou que a reforma altera todo o contexto operacional de determinadas empresas no Brasil, de modo que todos os envolvidos na cadeia produtiva precisarão entender as mudanças na precificação e comercialização dos produtos.

“A partir do ano que vem começa o período de transição, sendo 2026 o ano de testes da reforma. Empresas de setores tais como varejistas, prestação de serviços, incorporação imobiliária e setor financeiro, dentre outros, sofrerão mudanças significativas em seus modelos de apuração de tributos. Nesse contexto, é fundamental que todas as organizações estejam atentas às mudanças e às particularidades de seus setores, a fim de que, em 2026, possamos iniciar uma transição de forma estruturada e segura”, salientou a especialista.

Aspectos como os créditos gerados entre as transações comerciais e como a cadeia produtiva será afetada com essas alterações também merecem atenção das empresas. “Ao contratar serviços ou adquirir insumos para produção, as organizações deverão se atentar à situação fiscal dos fornecedores, pois, caso façam negócio com empresas que estão inadimplentes com a Receita Federal, não farão jus aos créditos tributários para abater em seus impostos, tornando a operação muito mais onerosa”, argumentou Wanessa.

Análise e mitigação de impactos futuros 

 A atenção ao firmar contratos de longo prazo com parceiros comerciais é crucial para evitar que as empresas tenham prejuízos na mudança da tributação. “Em 2027, a transição efetiva começará, com a extinção do PIS e da COFINS e o início da vigência da CBS. Para as empresas que possuem contratos de longo prazo, é necessário ter um olhar atento em previsões para reequilíbrio financeiro em decorrência da potencial elevação da carga tributária,” explica a sócia da Grant Thornton.