Daniel Maranhão, CEO da Grant Thornton Brasil, avalia que esse crescimento do otimismo com relação à economia em diversos países, mais acentuado no Brasil, se deve, principalmente, à expectativa de recuperação da economia nos próximos 12 meses. O aumento da confiança é essencial para a retomada dos investimentos e a diminuição do risco-país, de forma que empresas sintam-se seguras para realizar aportes mirando o médio e o longo prazo.
“O otimismo entre os empresários aumentou, principalmente, por conta da esperança na vacina contra a Covid-19, trazendo o consumo de volta aos patamares pré-crise, e também pela expectativa que governo e congresso consigam dar andamento na discussão e aprovação das reformas, que permitam conter o crescimento explosivo da dívida pública – propiciando as condições mínimas requeridas para a estabilidade macroeconômica – e continuidade na expansão do regime de concessões e privatizações.”
No entanto, o executivo alerta que “é importante lembrar que ainda estamos num cenário nebuloso. Não sabemos ao certo se haverá novas cepas, qual o potencial das vacinas contra elas, qual a velocidade da vacinação no Brasil e, principalmente, se o atual ambiente político brasileiro permitirá a aprovação das importantes reformas.
Mas, é fundamental para o país continuar atraindo investidores externos, como alternativa para impulsionar de forma mais efetiva a economia, já que os investimentos dos governos devem ser ainda mais reduzidos. Contudo, para atrair esses investidores, é imprescindível que o poder público faça a lição de casa e não abandone o caminho da reforma administrativa e do ajuste fiscal, que vinha traçando antes da pandemia. É importante estar otimista, mas sempre com o pé no chão, porque o cenário ainda requer prudência”.