article banner
IBR 2019 | 1° semestre

Empresariado brasileiro está menos otimista para os próximos 12 meses

O empresariado brasileiro está menos otimista em relação à economia e ao futuro dos negócios nos próximos 12 meses, atingindo 29% no primeiro semestre de 2019, o que representa uma queda de 37 pontos percentuais em relação ao segundo semestre de 2018. Esse posicionamento fez o Brasil recuar da 5ª para a 17ª colocação no ranking global presente no International Business Report (IBR), produzido pela Grant Thornton. 

O estudo entrevistou cinco mil líderes de mercado em 35 países entre os meses de maio e junho considerando diversos indicadores para medir o grau de otimismo. No Brasil, os fatores mais citados pelos executivos e que refletiram nessa queda são relacionados à incerteza econômica (62%), burocracia (56%), qualificação da força de trabalho (51%) e falta de financiamento (50%). Por outro lado, 55% dos empresários sinalizam a realização de investimentos em tecnologia, 46% em pesquisa e desenvolvimento e 31% em novas instalações.

Sentimento positivo entre os investidores permanece

“Apesar da queda no otimismo dos empresários brasileiros, há uma expectativa muito grande em relação aos projetos a serem realizados pela atual equipe econômica. As possibilidades de termos reformas tributárias e previdenciárias, além de um programa de privatizações, geram um sentimento positivo aos investidores atentos aos rumos da política nacional e da retomada econômica. Os resultados relacionados a intenção de realizar investimentos em novas instalações, pesquisa e desenvolvimento, e tecnologia continuam elevados para aumentar a competitividade e a expansão da atuação no mercado”, afirma Daniel Maranhão, managing partner da Grant Thornton Brasil.

Cenário global


Globalmente, o cenário também é de queda, com 32% dos empresários entrevistados sinalizando otimismo para os próximos 12 meses, uma queda de sete pontos percentuais em relação ao semestre imediatamente anterior. As expectativas sobre receitas (39%), rentabilidade (35%) e emprego (28%) caíram para os níveis de 2016. Além disso, as incertezas econômicas permaneceram elevadas (46%).

O estudo aponta que um quarto das empresas identifica as tarifas comerciais como uma das barreiras externas mais significativas à expansão internacional, mas o otimismo das exportações resistiu bem apesar da desaceleração no crescimento do comércio.

América Latina

A América Latina sofreu uma queda de 23 pontos percentuais de um semestre para o outro, com 23% dos empresários sinalizando otimismo com os próximos meses. O resultado da região é um reflexo dos resultados obtidos, principalmente, no Brasil e na Argentina. Além disso, a expectativa de emprego nos países latinos declinou 14 pontos percentuais, para 32%.